HISTÓRIA DO KARATE
Karate é uma palavra japonesa que significa “mãos vazias” (kara = vazio, te = mãos) e nomeia uma arte marcial que faz eficaz uso de todas as partes do corpo para fins de auto-defesa (Oliveira et al. 2006).
Acredita-se que o karate apresentou uma formação cultural baseada no desenvolvimento dos sistemas de defesa pessoal e evolução interior, característicos de Okinawa (ilha ao sul do Japão) em seus primórdios (século XVIII) e do Japão, a partir do início do século XX (Frosi, 2011 e Urban, 1991).
Várias formas de combates desarmados eram praticadas na Índia, na China, em Okinawa (Lubes, 1991). Nesta ilha, as lutas desarmadas foram desenvolvidas em segredo durante muito tempo, devido à influência dos fidalgos japoneses que conquistaram a região, proibindo os seus súditos de carregarem armas (Oliveira et al. 2006). A proibição obrigou os súditos a praticar formas de combate sem armas, em segredo, originando diferentes escolas e estilos da arte karate-dô.
ESTILOS DO KARATE
Na Okinawa do século XVIII, desenvolveram-se três centros importantes de estudos do Karate. Um deles ficava situado na antiga capital de Shuri, onde viviam os nobres e a família real. Outro foi formado em Naha, o principal porto da ilha. O terceiro em Tomari. Cada uma destas cidades desenvolveu eventualmente seu próprio estilo. As diferenças entre os estilos são baseados nos locais de origem.
Saudação
RITSU REI – cumprimento em pé;
A saudação pode ser considerada uma demonstração de cortesia. É realizada no início e no final da aula de frente para o Shomen (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte). A saudação pode ser realizada de duas formas:
ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA).
Fundamentos (kihon)
A prática do Kihon constitui o treinamento dos fundamentos, de acordo com as técnicas básicas fundamentais de cada estilo (Santos, 2008).
Para melhor compreensão, os fundamentos (kihon) foram divididos em três grandes grupos: técnicas de ataque (tori waza), técnicas de defesa (uke waza) e técnicas de base (dachi waza) e listados conforme classificação de Kanazawa (2010). Apesar de existirem variadas técnicas de kihon, serão apresentados aqui as técnicas mais freqüentes e populares utilizadas em competição.
As formas (kata)
Kata pode ser definido como uma série de
técnicas ofensivas e defensivas, realizada individualmente contra vários adversários imaginários (Kanazawa, 2010), simulando movimentos formais e estilizados, executados numa sequência pré-determinada de ataques e defesas (Nakayama, 2003).
As técnicas que compõe o Kata foram passadas de geração em geração, de professor para aluno, sendo considerada a principal forma de manutenção das
radições do Karate.
A Luta (kumite)
O kumite pode ser definido como a luta propriamente dita. Pode ser considerado um método de treinamento em que se aplicam técnicas de ataque e defesa aprendidas anteriormente no kata (forma) e kihon (fundamentos) (Nakayama, 2003).
Para a classificação, Nakayama (2003) sugere que seriam três formas de kumite: básico, jiyu ippon kumite e jiyu kumite.
Além da classificação sugerida por Nakayama (2003) ainda existe o shiai kumite (luta de competição). As regras dependem da Entidade Esportiva que rege o evento.
Por sua característica acíclica, o karate pode ser considerado modalidade esportiva intermitente. Esportes intermitentes, caso do karate, necessitam de contribuições do metabolismo anaeróbio, uma vez que normalmente demandam movimentos de potência elevada (Franchini, 2010).
Iniciação desportiva
Apesar da conceituação do karate percorrer os contextos de arte marcial, lutas e esporte de combate, as sugestões de prática pedagógica serão aqui realizadas em conformidade com o conceito de esporte de combate.
O modelo aqui apresentado foi proposto inicialmente pela Federação Canadense de Karate no projeto “Karate Canada’s long term athlete developmentmodel” (Bisson et al., 2009). Este projeto utiliza a classificação de oito estágios para o desenvolvimento do atleta e/ou praticante com referência especial à maturação, crescimento, desenvolvimento e treinamento esportivo do Karate.
O sistema de graduação (classificação de faixas em kyus e dans) permite a apropriação de conhecimento de forma gradual. No entanto, o sistema de ordenamento de faixas pode estar relacionado à aquisição de técnicas e habilidades e não necessariamente aos conceitos de desenvolvimento humano.
O ideal seria que os técnicos e professores assegurassem que as crianças aprendam corretamente as habilidades motoras fundamentais e que essas competências sejam relacionadas posteriormente às habilidades esportivas do karate.
As preocupações com o processo de iniciação desportiva devem estar relacionados à idade e ao nível de desenvolvimento da criança e do jovem, assim como as perspectivas de desenvolvimento a longo prazo (Silva et al., 2001).
A proposta metodológica para o ensino do karate respeitaria oito estágios: (1) karate inicial, (2) karate fundamental, (3) aprender para treinar, (4) treinar para treinar, (5) treinar para competir, (6) treinar para obtenção de resultado, (7) treinar para vencer e (8) karate para a vida.
Estágios de treinamento conforme idade cronológica e de desenvolvimento.
Idade Masculino (idade/anos) Feminino (idade/anos)
Karate Inicial Cronológica < 6 < 6
Karate Fundamental Cronológica 6 a 9 6 a 9
Aprender para treinar Cronol. e desen. 9 a 12 8 a 12
Treinar para formar Cronológica 12 a 16 11 a 15
Treinar para competir Cron. e desen. 16 a 18 15 a 17
Treinar para performance Cronológica ±18-24 ±17-22
Treinar para vencer Cronológica Kumite 24± Kata 27± Kumite 22± Kata 26±
Karate para a vida Cronológica Início a qualquer idade Início a qualquer idade.
OBRIGADO !
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